Admito: sou um romântico incurável, aquele que, como diz Roberto Carlos, ainda manda flores. Para a Cláudia. Três vezes, no mínimo, por ano. Duas só pelo dia dos namorados. Em fevereiro, São Valentim, data em que se comemora o dia dos namorados em muitos lugares, inclusive na França, e em junho. Sou romântico. Está dito. Quando chega a primavera, desabrocho. Fico ainda mais apaixonado. Pela Cláudia e pelo cotidiano da cidade. É nele que acontece o extraordinário de cada dia, o fantástico da banalidade, o reencantamento do mundo. Já contei aqui muitas cenas estupendas que presenciei nas ruas de Porto Alegre. Por exemplo, aquela da moça linda, com uma mão apinhada de livros e a outra segurando um guarda-chuva, cujo cadarço do tênis desamarrou. Um guri da idade dela simplesmente se abaixou e, no meio das poças de água, amarrou o tênis dela. Levantou, sorriu e se foi. Lindo. Um desconhecido. Belo como ela. Nem pediu o telefone. Pensei que jamais veria nada semelhante outra vez. Pois não é...
"Não é preciso enxergar para ver a Luz"